quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O bom humor e a saúde

Existem pessoas que vivem sempre com o astral no pico e mesmo em situações difíceis conseguem manter o bom humor. Tal modo de vida pode parecer apenas uma forma de encarar situações adversas de maneira mais positiva, mas se engana quem pensa assim – segundo estudos que iniciaram desde a década de 1970, trabalhar as emoções, principalmente o humor, além de tudo, facilita as relações entre as pessoas, combate o estresse e (pasmem!) até previne doenças, como o câncer. Quanto aos carrancudos, além de envelhecerem mais cedo e não curtirem o momento, correm o risco de viver menos.

O humor é a capacidade de rir e fazer rir e é uma característica que já nasce com o ser humano e é prazeroso em qualquer idade pelo fato de nos deliciarmos quando vemos um bebê dando uma bela risada. Porém ter bom humor não é apenas rir à toa ou achar graça de anedotas. Manter o bom humor diz respeito à qualidade de vida. A palavra humor pode ser definida de várias outras maneiras. O estudante Tiago Santos, considerado uma pessoa bem-humorada pelos amigos que o rodeiam, definiu bom humor com a seguinte expressão: “para mim, humor é tudo o que diverte de forma inteligente, tudo o que é capaz de transformar as adversidades em diversão”.

A palavra humor pode ter vários significados, a depender do contexto que se enquadre, assim como vários tipos. Eis os mais comuns:
* Agregador: é aquela pessoa que conta piadas, faz gracinhas e é engraçada com o intuito de unir as pessoas e fazê-las sentir bem. É o tipo de humor que reduz as tensões num grupo e, por isso também, costuma ser o mais popular de todos. Quase sempre vemos exemplos de indivíduos assim. É o tipo bonachão, o sujeito que vive sempre fazendo piadinhas, muitas vezes indevidas, mas sempre caem bem para uma boa gargalhada coletiva.
* Agressivo: é o humor usado para criticar ou manipular os outros. Sarcasmo, ironia e provocações são as armas favoritas dessas pessoas, que acham graça em “zoar” os outros para se colocar em uma posição mais interessante.
* Auto-depreciativo: é o tipo de pessoa que ri da própria situação. O humor auto-depreciativo é o que ri de si mesmo como mecanismo para arrancar gargalhadas alheias.
* Otimista: é a pessoa que se diverte sozinha e que mantém um olhar positivo mesmo em momentos de estresse ou nervosismo. É o humor de bem com a vida, mas que não necessariamente faz os outros rir. Este último talvez seja o mais importante, porque é desse tipo de humor que as pessoas mais necessitam hoje. Não dos tipos que façam os outros rirem. Pode chamar esse de “humor egoísta”, mas que seja um sentimento que faça o proprietário sentir mais prazer em viver.

Dalva Barros é psicóloga, leciona em instituições de curso superior de psicologia e atua em consultórios na área de atenção à família e diz que o bom humor tem grande impacto à saúde: “para uma pessoa ter uma boa qualidade de vida, é necessário que ela não fume, não beba, coma bem e durma bem, mas junto a isso recomenda-se se um bom humor presente. Uma vinculação entre humor/saúde antigamente era tida pela ciência como uma heresia, mas hoje já é mais do que nítido que o bom humor interfere na saúde global da pessoa”, afirma Dalva.

Uma prova de que o bom humor é como um vírus contagiante é o relato de Camila Ferreira, também graduada em psicologia. Ela conta que durante cerca de três anos fez parte de uma ONG denominada ABRACE, que fazia visitas semanais a pacientes do Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, e que o astral das crianças internadas mudava de forma repentina. “Geralmente um trio ou uma dupla visitava as crianças vestidas de um personagem infantil e levava consigo uma maleta cheia de brinquedos. Daí fazíamos brincadeiras e jogos e passávamos um bom tempo com as crianças.”, afirma. O que a Drª Dalva Barros havia dito anteriormente, se confirma com a declaração da Camila, quando ela relata que as visitas do grupo melhoravam o clima tenso do hospital e as crianças tinham momentos de prazer e o bom humor pairava no ar. A melhora não é instantânea, mas cientistas já confirmam que a médio-longo prazo, alto astral e bom humor podem, sim, ajudar na cura de doenças, como até mesmo na psicoterapia, “onde é necessário que haja uma dose de bom humor injetada em meio ao sofrimento “, segundo a Drª Dalva.

São tão evidentes os efeitos causados por uma boa e sincera risada que são equivalentes a saborear sua comida preferida ou a uma relação sexual, pelo fato de fazer parte do sistema de recompensa do cérebro, parte responsável na liberação de dopaminas e endorfinas, hormônios responsáveis pela sensação de prazer. Surge então a dúvida: é melhor dar uma boa risada a dar uma ‘rapidinha’? Melhor não responder. Fica a critério do seu humor...


por Diego "Fininho" Barreto

1 COMENTÁRIOS:

Sara Moreira disse...

O bom humor com certeza é o bom de toda a humanidade e ele faz verdadeiros milagres.
Classificando:
Agregador - Diego
Agressivo - Good
Auto-depreciativo - eu
Otimista - poucos

Vamos dominar o mundo de risadas...

Ah... ''é melhor dar uma boa risada a dar uma ‘rapidinha’?''
Tem 'rapidinhas' que também podem ter humor pela situação e se tornarem hilárias. Hahahahha